Como você cuida da sua principal ferramenta de trabalho?

COMPORTAMENTO | Era quase uma hora da madrugada de terça-feira, quando pedimos um UBER na Rodoviária de Santos, rumo à nossa residência. O motorista chegou rapidamente e foi atencioso. Entramos no veículo, acomodamos a mala no bagageiro e partimos. Alguns poucos quilômetros depois, em local escuro e pouco movimentado, o motorista diz: – vou ter que encostar, pois acabou a gasolina do meu carro! Dito isso, ele parou no acostamento, ficou sem graça, tentou ligar o carro mais uma vez e nada. Nenhuma gota de combustível no veículo. Segundo ele, o marcador de combustível estava quebrado, mas, pelo seu cálculo, daria para chegar ao nosso destino. Não foi o que aconteceu!

Naquele local, em meio ao fato inusitado, ficamos atônitos, quase sem reação. Só restou encerrar a corrida e chamar outro carro. Mas quem iria parar naquele local, à 1 hora da madrugada? Tentamos! Rapidamente veio a confirmação de outro carro e aguardamos até sua chegada. O novo motorista finalmente nos levou ao destino. Durante o trajeto comentou do perigo que passamos e que também ficou receoso de atender nosso pedido, visto que o aplicativo não informa qual o modo de pagamento até sua chegada ao local. Enfim, no final tudo deu certo.

Ficamos preocupados com a situação do motorista naquele local ermo. Como ele sairia daquela situação? Como pode alguém se arriscar assim e ainda colocar outras vidas em perigo?

Diante desta situação, deixo três reflexões:

  1. Quais são suas principais ferramentas de trabalho?
  2. Como você cuida da sua principal ferramenta de trabalho?
  3. Você é daqueles que “trabalha com o marcador de combustível quebrado”?

 

“Existe o risco que você não pode jamais correr, e existe o risco que você não pode deixar de correr.” Peter Drucker

Conheço alguns “profissionais” que não cuidam adequadamente de sua principal ferramenta de trabalho. No meu caso, como palestrante e treinador, duas das minhas principais ferramentas são: a voz e o conhecimento. Minha voz é responsável pela transmissão do conhecimento, e sem ela meu trabalho não acontece.

Para isso, busco cuidar de minha saúde não consumindo líquidos gelados, por exemplo, principalmente antes de alguma palestra ou treinamento. Também não fumo e cuido de minha alimentação, ingerindo com frequência alimentos que elevam minha energia e melhoram minha fala.

No campo do conhecimento, estou em constante atualização, lendo muito, trocando experiências, participando de palestras e treinamentos com outros profissionais, além de cursos de formação em áreas complementares à que atuo, visto que um profissional desatualizado “desvende” seu trabalho.

 

A história do lenhador

Para ilustrar a importância de cuidar adequadamente de sua principal ferramenta de trabalho, compartilho abaixo a história do lenhador experiente e seu aprendiz:

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador, da região onde morava, cortava e empilhava as madeiras das árvores.

O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, do que aquele homem, no ofício de cortar madeira.

Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho e experiente lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia. Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.

Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom assim quanto falavam.

Impetuoso, afrontou seu mestre, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores. O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade de dar uma lição ao jovem arrogante.

Lá se foram os dois decidirem quem seria o melhor. Entre uma árvore e outra, o jovem olhava para o mestre, a uma certa distância, mas na maior parte das vezes o via sentado. O jovem voltava às suas árvores, certo da vitória, sentindo piedade pelo velho lenhador. No final do dia viu-se que o velho mestre tinha cortado muito mais árvores que o jovem.

Mas como é que pode? – surpreendeu-se o aprendiz, não acreditando no resultado.

Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando! – continuou o rapaz, do alto de sua arrogância.

Não, meu filho, eu não estava descansando. – disse o mestre, com toda sua sabedoria.

Eu estava afiando o machado. E percebi que você usava muita força e obtinha pouco resultado.Foi por isso que você perdeu a competição. – concluiu o mestre.

 

Moral destas histórias: tenha clareza de quais são suas principais ferramentas de trabalho e invista fortemente no aprimoramento / aperfeiçoamento delas, pois são elas que irão garantir seu sucesso ou fracasso nesta jornada. Bora afiar o machado?

 

Rogerio Martins é especialista em desenvolvimento de lideranças e comportamento assertivo e atua com palestras e treinamentos há mais de 20 anos, sempre “afiando o machado”…

 

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